News - Briefing de Mercado

Proximidade do vencimento de opções garante volatilidade
14/05/2009

14 de Maio de 2009 13h40
Carolina Marcondes

São Paulo, 14 de maio de 2009 - A primeira etapa dos negócios desta quinta-feira na BM&FBOVESPA está sendo marcada pela volatilidade. Em pouco mais de uma hora, a tendência foi revertida três vezes, e, mesmo em alta há cerca de duas horas, agentes de mercado afirmam que ainda é prematuro prever fechamento em alta para o Ibovespa, principal índice de ações da BM&FBOVESPA. Há pouco, o índice operava em alta de 0,66%, a 48.999 pontos. O volume financeiro negociado era de R$ 2,133 bilhões.

O vencimento de opções na próxima segunda-feira (18 de maio) é uma das explicações para as constantes oscilações, segundo Ricardo Zeno, sócio da AZ Investimentos. "O desempenho da Petrobras e da Vale mexem com todo o desempenho nestes dias", afirma. As ações da estatal e da mineradora operam em alta hoje."Entretanto, é cedo afirmar que a tendência será mantida", diz Zeno, que também afirma que o Brasil está, mais uma vez, acompanhando o mercado acionário norte-americano, que opera em alta.

No vencimento de opções com ações a se realizar na próxima segunda-feira na BM&FBOVESPA, as ações preferenciais da Petrobras somam 19 séries de compra em aberto dentro da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), dentre elas, as mais líquidas são: PETRE34, a R$ 33,66, PETRE32, ao preço de exercício de R$ 31,66, PETRE30, a R$ 29,66, PETRE28, a R$ 27,66, PETRE36, a R$ 35,66, PETRE26, a R$ 25,66. Na venda, há 11 séries em aberto, dentre elas, as mais líquidas são PETRQ34, ao preço de R$ 33,66, PETRQ28, a R$ 27,66, e PETRQ22, a R$20,98. As ações ordinárias da estatal brasileira contam com apenas uma série de compra em aberto, a PETRE60, a 37,66.

Já as preferenciais da Vale reúnem 18 séries em aberto para os comprados, sendo as mais líquidas as séries VALEE32, a R$ 31,48, VALEE28, a R$ 27,48, VALEE34, a R$ 33,48, VALEE30, a R$ 29,48, e VALEE36, a R$ 35,48. Já os vendidos contam com dez séries, sendo as mais líquidas: VALEQ26, a R$ 25,48, VALEQ20, a R$ 19,48, e VALEQ28, a R$ 27,48. As ações ordinárias da Vale contam com três séries de compra em aberto. São elas as séries VALEE60, a R$ 36,48, VALEE61, a R$ 34,48, e VALEE62 a R$ 36,00. Não há opção de venda com a ação em aberto na CBLC até o momento.

Já Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Credit Agricóle, afirma que o mercado está esperando novos dados para definir uma nova tendência, "visto que o otimismo das últimas semanas sofreu um certo abalo com dados norte-americanos piores que o esperado". Para ele, merecem destaque os números de seguro-desempenho nos Estados Unidos, negativos.

Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a quantidade de trabalhadores norte-americanos solicitando o seguro-desemprego subiu na última semana, encerrada em 09 de maio, quando foram registrados 637 mil novos pedidos. O número representa uma alta de 32 mil pedidos ante os 605 mil (número revisado) apresentados na semana anterior. Analistas esperavam que o número ficasse em 610 mil, seguindo a marca não revisada de 601 mil na semana anterior.

Além disso, o Indice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu em ritmo maior do que o esperado em abril, puxado pelo setor de alimentos, ao passo que o núcleo do indicador cresceu de acordo com o previsto. Segundo o Departamento do Trabalho, o indicador avançou 0,3% no mês passado, de acordo com dados ajustados sazonalmente, seguindo uma queda de 1,2% em março e aumento de 0,1% em fevereiro. Excluindo os preços de energia e alimentos, o PPI cresceu 0,1% em abril. Em março, o núcleo do PPI ficou estável e, em fevereiro, avançou 0,2%. Em abril, os custos com energia diminuíram 0,1% eos gastos com alimentos aumentaram 1,5%. Economistas esperavam que o PPI aumentasse 0,2% e que o núcleo crescesse 0,1% no mês passado.

Para o analista de investimentos da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, os indicadores divulgados nos Estados Unidos não exercem influência significativa nas bolsas hoje, ainda que os dados de emprego tenham vindo abaixodo esperado. Para ele, a proximidade do vencimento de opções com ações tem peso maior em relação à volatilidade do índice.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informouque o volume de vendas do varejo cresceu 1,8% em março em relação ao mesmo mês de 2008. Na comparação com fevereiro, já descontados os efeitos sazonais, as vendas cresceram 0,3%. A receita nominal do varejo apresentou em março avanço de 7,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 0,5% ante fevereiro.

O resultado de março ficou aquém das expectativas do mercado, que previa que as vendas no comércio brasileiro cresceriam 2,10% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a mediana das projeções do Termômetro Leia, pesquisa feita com instituições financeiras com as previsões para os principais indicadores do País. Pelo conceito de mediana, 50% das previsões estão acima de 2,10% e 50%, abaixo. As expectativas dos economistas consultados variam entre retração de 1% e alta de 4,40%. A média aponta expansão de 2,46%. Em fevereiro, as vendas cresceram 3,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês imediatamente anterior, a mediana das projeções aponta avanço de 0,65% em março. As projeções variam de retração de 0,40% a alta de 1,40%. A média aponta aumento de 0,56%.

No cenário corporativo brasileiro, importantes companhias divulgaram seus resultados trimestrais. A Usiminas, por exemplo, reportou ontem à noite que reverteu o lucro líquido de R$ 712 milhões do primeiro trimestre de 2008 e teve prejuízo de R$ 112 milhões nos primeiros três meses deste ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 73% no período e atingiu R$ 332 milhões. A receita líquida da siderúrgica caiu 25% de janeiro a março e somou R$ 2,670 bilhões. Em relatório, a Usiminas diz que os resultados registrados são "conjunturais e decorrentes do cenário atual de estresse econômico pelo qual estamos passando, e que refletiu negativamente no mercado brasileiro e mundial de aços planos". Há pouco, as ações Usiminas PNA (USIM5) recuavam 4,22%, a R$ 32,00 (a maior queda do Ibovespa), enquanto as ordinárias (USIM3) perdiam 2,96%, a R$ 30,08.

Outra siderúrgica que divulgou resultados foi a Companhia Siderúrgica Nacional, que obteve lucro líquido de R$ 369 milhões no primeiro trimestre de 2009, queda de 52% ante os R$ 767 milhões obtidos no mesmo período de 2008. Em comparação com o lucro apurado no trimestre imediatamente anterior (R$ 3,936 bilhões), houve recuo de 91%. A receita líquida da companhia foi de R$ 2,444 bilhões, ante R$ 3,030 bilhões apurados nos três primeiros meses de 2008, uma queda de 19%. Já o Ebitda foi de R$ 681 milhões, 47% menor (R$ 1,283 bilhão). A margem Ebitda caiu de 42% para 28%, na mesma base de comparação. Há pouco, os papéis da empresa (CSNA3) caíam 0,75%, a R$ 40,74.

Entre as companhias que divulgaram resultados e operam em alta, destaque paraa Aracruz, que registrou no primeiro trimestre de 2009 prejuízo líquido de R$ 1,7 milhão, revertendo o lucro de R$ 167,9 milhão no mesmo período do ano passado, mas desacelerando as perdas em comparação com o prejuízo de R$ 2,981 bilhões do quarto trimestre. Segundo a companhia, a receita líquida avançou 1% em relação aos três primeiros meses de 2008, totalizando R$ 853,5 milhões. Já o Ebitda ajustado (que inclui a Veracel) foi de R$ 247,4 milhões, crescimento de 32%, enquanto a margem Ebitda foi de 29% (alta de 14 pontos percentuais).

Além disso, a fabricante de celulose informou que concluiu o processo de redação do documento que confirma os termos do acordo com os bancos credores para o pagamento das dívidas com derivativos. Desta forma, a Aracruz pagará US$ 2,13 bilhões em decorrência das operações com derivativos, mais cerca de US$ 500milhões correspondentes a dívidas já existentes com alguns dos bancos, que foram incluídas na negociação. O prazo total de amortização será de nove anos, podendo ser reduzido para sete anos, a depender do desempenho operacional e financeiro da companhia. Há pouco, as ações da companhia listadas no Ibovespa (ARCZ6) operavam em alta de 2,31%, a R$ 3,10.

Já o Banco do Brasil divulgou que seu lucro líquido somou R$ 1,665 bilhão noprimeiro trimestre de 2009, número que representa queda de 29,1% ante os R$ 2,347 bilhões apurados entre janeiro e março do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2008, quando o lucro da instituição foi de R$ 2,944 bilhões,o recuo é de 43,4%. Segundo o BB, desconsiderando efeitos extraordinários no período o lucro somou R$ 1,357 bilhão, queda de 12,9% ante os R$ 1,559 bilhão alcançados no primeiro trimestre de 2008 e de 16,5% ante os R$ 1,626 bilhão obtidos entre outubro e dezembro de 2008. As ações da companhia (BBAS3) avançavam, há pouco, 0,51%, a R$ 19,45.

E a Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou ontem à noite que registrou lucro líquido de R$ 272 milhões no primeiro trimestre do ano, um aumento de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda aumentou 4,8% no período, para R$ 468,2 milhões. A receita operacional líquida teve expansão de 3,2% e passou de R$ 1,314 bilhão no primeiro trimestre de para R$ 1,356 bilhão nos primeiros três meses deste ano. As ações da empresa (CPLE6) subiam, há pouco, 1,90%, a R$ 27,25.

As ações da Cemig (CMIG4) operavam em alta de 0,15%, a R$ 26,64. A empresa registrou lucro líquido ajustado de R$ 463 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 2,4% em relação ao mesmo período de 2008 (R$ 452 milhões). A receita líquida ajustada recuou 4,2%, para R$ 2,580 bilhões, ante R$ 2,693 bilhões no ano passado. O Ebitda ajustado somou R$ 974 milhões, queda de 4,8% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado (R$ 1,023 bilhão). A margem atingiu 38%.

Fora das divulgações de balanços, a Sadia informou ao mercado que as negociações sobre uma possível fusão com a Perdigão continuam em andamento, mas ainda não há nenhum acordo formalizado. Segundo comunicado enviado à Comissão deValores Mobiliários (CVM), a companhia diz que não pode "assegurar que as negociações resultarão na celebração de qualquer tipo de negócio jurídico ou desde já definir a configuração da associação".

Por conta disso, a companhia atribui a alta de suas ações ordinárias (SDIA3) e preferenciais (SDIA4) à expectativa dos investidores de que o negócio seja concluído logo. "A companhia, por outro lado, não tem conhecimento da fonte dasespeculações divulgadas pela imprensa acerca da possível configuração do negócio e manterá o mercado informado acerca de qualquer desenvolvimento", diz a empresa. No entanto, os principais jornais desta quinta-feira afirmam que o negócio entre as duas companhias de alimentos já foi fechado. Há pouco, as açõespreferenciais da Sadia (SDIA4), listadas no Ibovespa, subiam 3,11%, a R$ 4,64, enquanto a Perdigão (PDGA3) avançava 1,41%, a R$ 35,90.

As ações com o maior volume financeiro negociado eram as preferenciais classe A da Vale (VALE5), com R$ 297,630 milhões (alta de 0,51%, a R$ 31,26), seguidas pelas preferenciais da Petrobras (PETR4), com R$ 273,692 milhões (valorização de 0,28%, a R$ 31,57). Já a Usiminas PNA (USIM5) movimentava o otal de R$ 121,441 milhões.

Mercados internacionais

No mercado norte-americano, as bolsas operam em alta. Há pouco, o índice Dow Jones subia 0,89%, a 8.359,28 pontos, o S&P 500 avançava 1,30%, a 895,43 pontos, e o Nasdaq Composto se valorizava em 1,77%, a 1.693,74 pontos.

Na Europa, o FTSE-100, da Bolsa de Londres subiu 0,72%, a 4.362,6 pontos, o DAX-30, de Frankfurt, subiu 0,22%, a 4.738,47 pontos, e o índice CAC-40, de Paris, valorizou 0,10%, a 3.156,29pontos. Além disso, o Ibex-35, da Bolsa de Madri, cedeu 0,18%, a 8.984,2 pontos, e o índice SMI-20, de Zurique, cresceu 1,56%, a 5.360,00 pontos.

Petróleo

No mercado de commodities, o preço do barril de petróleo WTI com entrega para junho, negociado na Bolsa de Nova York, operava em queda de 0,37%, cotado a US$ 57,80. Em Londres, o produto tipo Brent com vencimento no mesmo mês caía 1,02%, a US$ 56,75.

Câmbio

O dólar à vista operava, há pouco, em queda de 0,56%, a R$ 2,0940, e o dólar futuro, com vencimento em junho, caía 1,05%, para R$ 2.101,50.

Juros

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados no mercado futuro operam em queda nesta manhã. Nos mais líquidos, referentes a janeiro de 2010, o DI recua de 9,39%, para 9,32%. Nos negócios de DI para julho de 2009, o mais líquido, o juro cede de 9,89% para 9,85%. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 10,25% ao ano.

Fonte: Agência Leia

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