News - Briefing de Mercado

Ibovespa segue em queda, com cenário externo desfavorável
08/04/2009

06 de Abril de 2009 18h51
Eduardo Laguna

São Paulo, 7 de abril de 2009 - O mercado acionário brasileiro não resistiu à desvalorização nas bolsas norte-americanas e acumulou hoje o segundo dia seguido de perdas, com o Ibovespa, principal índice da BM&FBOVESPA, fechando em queda de 0,78%, a 43.824 pontos. Ainda assim, o recuo ficou abaixo das perdas emWall Street, onde os índices acionários cederam mais de 2%. O movimento da Bolsa segue elevado, atingindo R$4,305 bilhões nesta terça-feira.

O cenário de desvalorização das commodities também não ajudou, e os papéis mais negociados na Bolsa paulista mostraram baixas. A ação preferencial da Petrobras perdeu 1,05%, a R$ 29,97, acompanhando o retorno para abaixo de US$ 50,00 no preço do barril de petróleo negociado em Nova York. A ação PNA da Vale (VALE5) também ficou no foco de vendas, com perdas de 1,5%, a R$ 28,21, ante a depreciação dos metais.

Apesar disso, analistas dizem que o resultado foi relativamente positivo, considerando-se o declínio mais acentuado em Wall Street. "Há um sentimento de que a economia brasileira não vai tão mal assim e que o movimento de recessão não vai se aprofundar tanto por aqui", afirma Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos.

Em alguns momentos do pregão, o Ibovespa contrariou a queda do índice Dow Jones e chegou a mostrar alta de 0,68%, na pontuação máxima do dia de 44.471 pontos. "A Bolsa brasileira mostrou um comportamento positivo. O mercado tentouresistir, mas o descolamento total em relação às bolsas norte-americanas é muito difícil", diz Sérgio Manoel Correia, economista-chefe da LLA Investimentos.

No fechamento dos negócios, prevaleceu o temor dos investidores com a nova temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos, iniciada após o fechamento dos mercados com o anúncio de perdas de US$ 487 milhões da produtora de alumínio Alcoa durante o primeiro trimestre. A preocupação com a possibilidade de concordata na General Motors também ajudou a derrubar os mercados.

Os poucos indicadores anunciados hoje confirmaram os efeitos negativos da crise financeira sobre a economia, com destaque para o declínio de 1,6% no Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no quarto trimestre do ano passado, de acordo com a segunda prévia divulgada hoje pela agência de estatísticas Eurostat. A primeira prévia mostrava uma contração de 1,5% na economia da regiãono período, na comparação com o trimestre anterior.

No Reino Unido, a produção industrial caiu 1% em fevereiro, na comparação com janeiro, informou o escritório federal de estatísticas National Statistics.

Por outro lado, o LJR Redbook informou que as vendas em lojas de desconto e departamento nos Estados Unidos subiram 0,5% nas cinco semanas varejistas de março, em relação ao mesmo período do mês anterior.

Os receios em relação aos bancos europeus voltaram a ganhar força, após o Royal Bank of Scotland (RBS) anunciar um plano de demitir até 9 mil funcionáriosnos próximos dois anos. Na França, o governo atingiu participação de 17,03% no capital do BNP Paribas, tornando-se o maior acionista da instituição financeira.

Junto com essas notícias, o jornal britânico "The Times" informou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou a sua previsão ao volume de ativos tóxicos nos bancos e seguradoras globais para US$ 4 trilhões.

Dado que a economia dá poucos sinais de reação, o Comitê de Política Monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu manter a taxa básica de juros do país em 0,1% ao ano, em linha com as expectativas do mercado.

No Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o faturamento do setor industrial recuou 10% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, na maior queda para o mês desde o início da série histórica, em janeiro de 2003. Na comparação com janeiro, o faturamento real da indústria avançou 0,7%, já descontados os efeitos sazonais.

Apesar da notícia de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai liberar R$ 254 milhões para a Azul Linhas Aéreas comprar quatro aeronaves da Embraer, a ação ON da fabricante de aviões (EMBR3) fechou com o pior desempenho entre os papéis do Ibovespa, mostrando perdas de 4,41%, a R$ 8,22.

Na sequência, a preferencial da Companhia de Transmissão de Energia ElétricaPaulista (TRPL4) recuou 4,28%, a R$ 44,90, enquanto a PNA da Telemar (TMAR5) cedeu 3,96%, a R$ 54,55.

Na outra ponta, a ação ON da Cosan (CSAN3) subiu 9,03%, a R$ 14,00, no melhor desempenho do dia, entre os papéis do índice. A ação ON da Cyrela (CYRE3)avançou 5,8%, a R$ 11,30, seguida pela alta de 5,58%, a R$ 14,00, na ação preferencial da companhia aérea TAM (TAMM4).

A preferencial da Petrobras (PETR4) teve o maior giro do dia, com movimento de R$ 573,89 milhões. Na noite de ontem, a estatal anunciou a comercialidade de uma descoberta de óleo leve e gás acima da camada de sal no bloco BM-S-7, na bacia de Santos, no campo denominado Piracucá. A declaração foi feita pelo consórcio formado por Petrobras (63%) e Repsol (37%). O volume é estimado em 550 milhões de barris de óleo equivalente.

Por sua vez, a ação PNA da Vale (VALE5) movimentou R$ 498,2 milhões. Já a ação ON da mineradora (VALE3) registrou giro de R$ 196,4 milhões, com queda de 2,17%, a R$ 32,34.

Mercados internacionais

No mercado de ações norte-americano, o índice Dow Jones caiu 2,34%, a 7.789,56 pontos, enquanto o S&P500 perdeu 2,39%, a 815,55 pontos. O Nasdaq Composto recuou 2,81%, a 1.561,61 pontos. No mercado de commodities, o preço do barril de petróleo WTI com entrega para maio, negociado na Bolsa de Nova York, recuou ,72%, a US$ 49,15. Já em Londres, o contrato com vencimento em maio recuava 2,68%, a US$ 50,84.

Câmbio

O dólar comercial fechou em queda de 0,04%, a R$ 2,217. Já o dólar futuro com vencimento em abril cedeu 0,46%, a R$ 2,225.

Juros

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mais líquidos encerraram em queda a sessão regular da BM&FBOVESPA. Na ponta curta da curva de juros futuros, o contrato para julho caiu de 10,24% para 10,22%. O DI para outubro recuou de 9,86% para 9,85%. O DI para janeirode 2010 cedeu de 9,79% para 9,77%. Na ponta longa da curva, o DI 2011 foi na direção contrária, subindo de 10,41% para 10,42%. Já o DI 2012 recuou de 10,91% para 10,9%. Os juros básicos (Selic) estãoem 11,25% ao ano.

Hoje, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) reforçou a tendência de queda de jurosao anunciar que o Indice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve deflação de 0,84% em março. Em fevereiro, o índice havia mostrado deflação de 0,13%.

Agenda de amanhã

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga às 8h o Indice de Preços ao Consumidor-Semanal (IPC-S) referente à primeira quadrissemana de abril, além do Indice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) referente ao primeiro decêndio de abril. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga às 9h o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março. No mesmo horário, o IBGEtambém divulga o Indice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Indices da Construção Civil (Sinapi), ambos referentes a março.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve divulga às 15h a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), realizada em 17 e 18 de março. A Associação dos Bancos Hipotecários (MBA) anuncia às 8h o índice de pedidos de hipotecas na semana encerrada em 3 de abril. O Departamento de Comércio informa às 11h os estoques no atacado em fevereiro. Em seguida, às 11h30, o Departamentode Energia (DoE) divulga seu relatório semanal sobre os estoques de petróleo.

Na Alemanha, o Escritório Federal de Estatísticas (Destatis) informa, às 3h,o resultado da balança comercial do país em fevereiro. O Ministério da Economiae Tecnologia anuncia, às 7h, as encomendas às fábricas alemãs em fevereiro.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) divulga, às 2h, a edição de abrilde seu relatório mensal sobre a economia da região, com um panorama sobre o desenvolvimento da economia dentro e fora do Japão, e perspectivas da nova política fiscal.

Fonte: Agência Leia

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