News - Briefing de Mercado

Em mercado volátil, expectativa de resultado da Petrobras anima
06/03/2009

06 de Março de 2009 13h17
Bruno Azevedo

São Paulo, 06 de março de 2009 - O mercado brasileiro segue na expectativa pela divulgação do balanço dos resultados anuais da Petrobras, previsto para depois do fechamento das operações da bolsa, num dia apontado por analistas como correção técnica. A valorização dos papéis da companhia - impulsionadas também pela alta do petróleo em Nova York explica a alta de 0,52% do Ibovespa, principal índice da BM&FBOVESPA, aos 37.564 pontos agora há pouco. O volume negociado na bolsa paulista está em R$ 1,536 bilhão. Entretanto, indicadores americanos que derrubam os mercados globais nesta sexta-feira podem inverter o desempenho do Ibovespa.

Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a taxa de desemprego ficou em 8,1%, acima dos 7,6% apresentados no mês anterior e acima das projeções do mercado. As companhias americanas eliminaram 651 mil empregos no mês passado, depois de queda revisada de 655 mil vagas em janeiro, totalizando a perda de 4,4 milhões de empregos desde o início da recessão econômica no país, em dezembro de 2007. Deste total, 2,6 milhões de vagas foram fechadas somente nos últimos quatro meses.

O analista da Spinelli Corretora, Max Bueno, destaca que apesar da alta da taxa de desemprego, o número de vagas eliminadas caiu. "O mercado está interpretando isso como se a economia americana não estivesse piorando mais. Claro que para se confirmar essa leitura é preciso que ela seja confirmada com a divulgação de outros indicadores, como níveis de atividade e de confiança do consumidor", diz.

Bueno cita ainda a decisão do banco norte-americano Wells Fargo & Company de reduzir o dividendo trimestral em 85%, buscando economizar US$ 5 bilhões anuais. O CEO e presidente da empresa, John Stumpf, declarou que a decisão visa fortalecer a companhia, ampliar sua participação de mercado e continuar a trajetória de lucros ascendentes.

"Não podemos nos esquecer que os índices americanos recuam mais de 20% desde o início do governo Barack Obama. É o pior desempenho em 90 anos. Com as ações em preços baixos, há espaço para a compra, o que justifica também a alta de hoje", analisa Bueno. Ele acredita que o Ibovespa encerrará o dia positivo. A corretora Banco Fator, por outro lado, aposta em queda nesta sexta-feira. As taxas de desemprego nos Estados Unidos puxariam para baixo os mercados. No caso do Brasil, ajudaria a influenciar ainda mais a baixa o índice de produção industrial.

Segundo o IBGE, a produção industrial caiu 17,2% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2008, a maior queda da série histórica, iniciada em 1991. De dezembro para janeiro, a produção registrou alta de 2,3%. No acumulado em 12 meses, houve avanço de 1%, a menor taxa desde fevereiro de 2004. A queda na produção de janeiro de 2009 ante o mesmo mês de 2008 demonstra o aprofundamento do ritmo de queda, neste mês, em todas as 27 atividades pesquisadas, com exceção do segmento de equipamentos de transporte (39,2%). A maior influência negativa partiu do setor de veículos automotores, que contraiu 34,5%.

Na visão do sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno, o Ibovespa seguirá sem tendência definida nesta sexta-feira. A alta registrada nas primeiras horas de negociação é vista por ele como um movimento de correção, diante da queda do Ibovespa ontem. "A volatilidade continuará, oscilando altas e baixas ao longo dos próximos pregões. O mercado aguarda pela divulgação de indicadores internacionais e balanços de grandes companhias que ainda estão para serem divulgados. É preciso uma definição sobre as ajudas ao sistema financeiro norte-americano. Tudo isso tem deixado a confiança do mercado muito abalada", afirma Zeno. Sobre o balanço da Petrobras, ele acredita que o lucro do quarto trimestre deverá ficar em R$ 7,5 bilhões.

"Se o lucro vier nesse patamar, será maior que o registrado no quarto trimestre de 2007 (R$ 5,05 bilhões), mas o resultado deverá revelar um aumento do ndividamento e uma piora no volume das vendas", diz.


Na china, o presidente do banco central do país, Zhou Xiaochuan, afirmou que a instituição avalia diferentes cenários, mas irá tomar medidas adicionais sempre que necessário para aumentar a confiança na economia e acelerar o processo de recuperação, prometendo ações rápidas. A declaração foi feita um diaapós a frustração do mercado com a ausência de uma ampliação no pacote de estímulo econômico chinês.

Na avaliação de Xiaochuan, e economia chinesa já dá sinais de recuperação. Oprincipal responsável pelo planejamento econômico da China, Zhang Ping, reiterou a avaliação do presidente do banco central. Ontem, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou que o governo espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)do país de 8% neste ano.

Wen Jiabao disse que a crise econômica está em fase de expansão e que seu pior momento ainda não chegou. Para ele, este será um ano difícil para a China, mas o governo acredita que poderá cumprir a meta de crescimento e gerar milhões de empregos com o estímulo econômico que prevê investimentos em infraestrutura, subsídios no setor agrícola, acesso facilitado a moradias e aumento de salários, entre outras medidas.

Entre os balanços divulgados após o fechamento do mercado ontem, a fabricante de calçados Grendene informou um lucro líquido no quarto trimestre de2008 de R$ 84,1 milhões, queda de 16,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando somou R$ 100,7 milhões. No ano, o lucro líquido atingiu R$ 243,2 milhões, 8,4% a menos que os R$ 265,4 milhões apresentados em 2007. A receita líquida anual alcançou R$ 1,324 bilhão, alta de 4% ante o ano anterior. A ação da Grendene (GRND3) subia há pouco 2,68%, a R$ 11,50.

A OI registrou lucro líquido de R$ 77 milhões no quarto trimestre do ano assado, queda de 91,3% em relação ao mesmo período de 2007. A receita líquida cresceu 7,4%, para R$ 4,817 bilhões. A empresa informou que acredita na continuidade da expansão da telefonia móvel neste ano, atingindo 39 milhões de usuários, ante os atuais 30 milhões, variação de 30% - o valor é superior às projeções da empresa para o crescimento de 10% do setor em todo o País. Já a expectativa para o serviço de banda larga é de atingir 4,5 milhões de acessos, mais do que o dobro em relação ao fechamento de 2008 (2,016 milhões).

Na BM&FBOVESPA, os papéis PNA da Telemar Participações (TMAR5) sobe 2,41%, a R$ 46,60, e os preferenciais da Tele Norte Leste (TNLP4) tem alta de 2,1%, a R$28,59.Ainda sobre a OI, o conselho de administração da Telemar Norte Leste convocou uma assembléia geral extraordinária para deliberar sobre a emissão pública de debêntures simples não conversíveis em ações, no valor de até R$ 3 bilhões.

Também no ambiente corporativo nacional, a Votorantim Celulose e Papel (VCP)firmou contrato para adquirir 127.506.457 ações ordinárias de emissão da Aracruz Celulose, 28,03% do capital social votante, de propriedade da família Safra. O anúncio é feito "em decorrência do exercício do direito de venda conjunta em face da operação realizada com as famílias Lorentzen, Moreira Salles e Almeida Braga", conforme divulgado em 20 de janeiro, segundo o comunicado enviado ao mercado. A liquidação da operação ocorrerá até o final de abril, quando a VCP passará a deter, direta e indiretamente, 84,09% do capital votante da Aracruz. Agora há pouco, as ações da VCP (VCPA4) recuavam 1,02%, a R$ 9,62, e as da Aracruz (ARCZ6) caíam 0,69%, a R$ 1,43.

As ações da Petrobras estavam entre as mais negociadas. O papel preferencial (PETR4) tinha giro de R$ 312,825 milhões (alta de 1,42%, a R$ 26,37) e o ordinário, R$ 89,299 milhões (positiva em 1,74%, a R$ 32,76). Já a ação PNA da Vale (VALE5), movimentava R$ 282,605 milhões (queda de 0,58%, a R$ 27,05).

Mercados internacionais

As bolsas americanas operavam em queda. O Dow Jones Industrial, da Bolsa de Nova York, cedia 0,24% aos 6.579,79 pontos, enquanto o Nasdaq Composto operava também em queda de 1,54%, aos 1.279,57 pontos, e o S&P 500 cedia,60%, aos 678,40 pontos.O FTSE-100, da Bolsa de Londres, subia há pouco 0,39%, a 3.543,77 pontos, o DAX-30, de Frankfurt, estável tinha leve alta de 0,06%, a 3.697,80 pontos, e o índice CAC-40, de Paris, operava em queda de 0,98%, aos 2.544,44 pontos. O Ibex-35, da Bolsa de Madri, tinha recuo de 1,48%, a 6.921,5 pontos, e o índice SMI-20, da Bolsa de Zurique, tinha desvalorização de 0,61%, a 4.360 pontos. No mercado de commodities, o preço do barril de petróleo WTI com entrega para abril, negociado na Bolsa de Nova York, registra alta de 0,80%, cotado a US$ 43,96. Em Londres, o produto tipo Brent com vencimento em abril caía 1,05%, a US$ 43,18.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar à vista operava há pouco em baixa de 0,29%, a R$ 2,375. Já o dólar futuro, com vencimento em março, cai 0,95%, para R$ 2.393,00.

Juros

Na BM&FBOVESPA, na ponta curta da curva de juros futuros, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2009 operava, há pouco,em queda, ao descer de 11,82% para 11,7% e o contrato para julho deste ano passava de 11,17% para 10,94%. O DI de janeiro de 2010 também registrava baixa, passando de 10,59% para 10,36%.

A inflação medida pelo Indice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), desacelerou para 0,16% em fevereiro. Em janeiro, havia registrado alta de 0,72%. Este é o menor resultado desde setembrode 2008. No acumulado dos 12 meses, o IPC-C1 tem alta de 6,67%. O indicador é calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos mensais.


Fonte: Agência Leia

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