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Perspectiva: Agência Leia de Notícias CMA
28/07/2008

25 de Julho de 2008 18h46
André Inohara

Após dia de oscilações, Ibovespa sofre quarta queda seguida

São Paulo, 25 de julho de 2008 - Apesar dos bons fundamentos das empresas brasileiras, o cenário externo pessimista pesou e o Ibovespa, principal índice acionário, caiu 0,41%, a 57.199 pontos, após altas e baixas ao longo do dia. Foi a quarta queda consecutiva. O volume financeiro foi de R$ 4,983 bilhões, bem abaixo da média diária de julho até ontem, R$ 5,798 bilhões.

Segundo analistas, mesmo com o desempenho positivo do mercado norte-americano, a Bovespa ainda está sofrendo com a saída de investidores estrangeiros. "O fluxo de capital estrangeiro, até o acumulado do dia 22, está negativo em R$ 6,4 bilhões. Comparado ao mês passado, está batendo o topo histórico de saída de R$ 7 bilhões", disse o sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno. "Essa aversão de risco com fuga de capitais faz com que a Bolsa seja punida no curto prazo, principalmente entre as ações de maior liquidez (Petrobras e Vale)", acrescentou.

Ele acredita que o mercado ainda está sendo influenciado pelos problemas financeiros nos Estados Unidos. "Achamos que os balanços corporativos (nos Estados Unidos e Brasil) vão ditar o comportamento do mercado. O petróleo caiu um pouco, o que favoreceu lá fora, mas essa volatilidade de mercado tende a continuar até o final de agosto, quando grande parte dos balanços corporativos norte-americanos e da Vale e Petrobras, no Brasil, já tiver saído", disse Zeno.

Os indicadores econômicos de hoje nos Estados Unidos vieram positivos e contribuíram para a alta de Wall Street. O Departamento do Comércio anunciou que os pedidos de bens duráveis de junho subiram 0,8%, surpreendendo positivamente o mercado, que previa retração de 0,1%.

E os consumidores norte-americanos estão mais predispostos a confiar no futuro da economia do país. A pesquisa de confiança do consumidor da Universidade de Michigan subiu de 56,6 em junho para 61,2 em julho. As projeções de mercado eram pessimistas e previam desaceleração para 56,4.

Na cena corporativa, as quedas mais expressivas foram VCP PN (VCPA4), em papel e celulose, caindo 5,84%, a R$ 36,71. Em siderurgia, a baixa mais expressiva foi de Usiminas PNA (USIM5), caindo 3,72%, a R$ 62,63. Entre as ações de bancos, Itaú PN (ITAU4) cedeu 2,43%, a R$ 32,10.

Os papéis da TAM (setor aéreo), Lojas Renner e Lojas Americanas, de varejo, foram alguns dos que terminaram valorizados. As ações preferenciais da TAM (TAMM4) ganharam 4,49%, a R$ 34,38, em função da queda do petróleo. Os papéis Lojas Americanas (LAME4) avançaram 3,35%, a R$ 11,39, enquanto Lojas Renner (LREN3) apreciaram 4,20%, a R$ 31,99.

"A pressão sobre os papéis do índice é grande. Se pegar todos os papeis de commodities, dá para ver que eles sofreram (Petrobras, Vale e siderúrgicas). Mas se olhar os papéis de segunda linha, o mercado foi relativamente bom (referindo-se às ações de varejo como Lojas Americanas e Lojas Renner,)", disse o diretor da corretora Indusval, José Costa Gonçalves.

E as ações Petrobras PN (PETR4) terminaram como as mais negociadas, girando R$ 682,640 milhões e ganhando 0,60%, cotadas a R$ 34,71, enquanto os papéis Vale PNA (VALE5) movimentaram R$ 639,497 milhões e valorizaram 0,21%, a R$ 38,08. Já os papéis CSN ON (CSNA3) somaram R$ 186,81 milhões e caíram 1,76%, a R$ 56,20.

Mercados internacionais

O mercado de ações norte-americano encerrou a sexta-feira em alta. O índice Dow Jones subiu 0,19%, aos 11.370,69 pontos, o S&P 500 avançou 0,42%, aos 1.257,76 pontos, e o Nasdaq Composto valorizou 1,33%, aos 2.310,53 pontos.

No mercado de commodities, o preço do barril de petróleo WTI com entrega para setembro, negociado na Bolsa de Nova York, registrava queda de 1,64%, cotado a US$ 123,43, enquanto o produto tipo Brent com vencimento em setembro, negociado em Londres, caía 1,58%, para US$ 124,43.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar à vista recuou 0,41%, a R$ 1,573. Já o dólar futuro, com vencimento em agosto, teve desvalorização de 0,50%, cotado a R$ 1,5745. À tarde, o BC realizou leilão de compra de dólares, cuja taxa de corte foi de R$ 1,5748.

Juros

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), negociados na BM&F, projetaram taxa de 14,77% para janeiro de 2010, depreciação sobre o último fechamento, 14,86%, enquanto o contrato de janeiro de 2009 caiu de 13,70% para 13,68%. A taxa Selic está em 13% ao ano.

Agenda de segunda-feira

Na próxima semana, sai o boletim Focus, do Banco Central, com as projeções de mercado, e a balança comercial da quarta semana de julho. Também será divulgado o IPC-Fipe (Indice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) referente à terceira quadrissemana de julho. Nos Estados Unidos, indicador econômico relevante será anunciado.

Fonte: Agência Leia

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