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Inflação muda perfil de investimentos
21/06/2008

21 de Junho de 2008 02h01
Cláudia Dantas

Diversificar operações com papéis consolidados e fundos pós-fixados é alternativa rentável

Cenário mundial conturbado, de forte pressão inflacionária, ciclo de alta da taxa básica
de juros e bolsas de valores em baixa sugerem um ambiente de cautela e conservadorismo nos investimentos. Especialistas recomendam diversificar operações em ações e fundos de renda fixa pós-fixados, atrelados à inflação e à Selic.

Ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou as operações em queda de
2,97%, emplacou o terceiro pregão de queda consecutivo, desta vez aos 64.613 pontos, e
voltou ao patamar de antes de o país receber o grau de investimento, em abril. No mês, a
Bovespa acumula perda de 11% no mês, o maior nível desde 2004.

Puxada pelo mau humor dos mercados financeiros internacionais, sensíveis à crise do
setor financeiro americano e à alta do petróleo, o giro financeiro foi de R$ 5,93 bilhões, com cerca de 211 mil negócios realizados.

Em petróleo, as ações da Petrobras, as mais negociadas do Ibovespa, terminaram em baixa pelo terceiro dia seguido. Os papéis Petrobras PN caíram 1,95% a R$ 43,04, e Petrobras ON desvalorizaram 1,85% a R$ 52,40. Já as ações OGX (OGXP3), do empresário Eike Batista, apreciaram 2,62% a R$ 1.319.

No entanto, investidores de renda variável não devem se preocupar, porque "bolsa é
investimento de médio, longo prazo, com retorno garantido em até sete anos", diz Júlio
Ortiz, responsável pela área Wealth Management (gestão de riquezas) da gestora de
recursos Rio Bravo.

Para Ortiz, os fundos de ações são boas opções de compra, porque englobam papéis de
diversas empresas, e a chance de acertar é maior.

O risco inflacionário e a manutenção de alta da taxa de juros tornam os fundos de renda
fixa bastante atrativos, e um bom momento para diversificar a carteira. Ortiz indica os
fundos DI e CDBs. Aposta, também, nos fundos atrelados ao IGP-M, porque o índice deve
subir acima de 10% no ano.

Conservadorismo

André Simões, gestor de renda variável do Banco Modal Asset, explica que o período é de
grande incerteza. Os bancos centrais no mundo todo vão tomar decisões para conter a
inflação, o que pode ocasionar queda mundial das bolsas. Diante deste cenário, o
executivo sugere que o investidor deve ser conservador, bem de acordo com seu perfil de
risco.

– O mundo todo vai ter o mesmo grau de aversão ao risco, mas considero um bom momento para começar a investir na Bolsa, com cautela, e aproveitar período de baixa.

Para o gerente do Banco Modal Asset, as ações de empresas sólidas são boas opções por
serem mais defensivas quando existe crise.

Neste momento, os papéis das empresas de commodities, como Petrobras ou Vale, têm
rentabilidade positiva, contudo estão acompanhadas de certo fator de risco, uma vez que
o preço dessas matérias-primas – agora em alta – tendem a cair no futuro.

O diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno, acredita que a oscilação do mercado é muito pontual, porque, num período de aversão ao risco, os investidores costumam retirar
recursos dos países emergentes, mas as Bolsas vão voltar a subir gradualmente.

– A nossa projeção é que a Bovespa atinja os 85 mil pontos e, provavelmente, vamos
receber a nota da Moody’s, a agência que falta, até o fim do ano – especula.

Por isso, o analista também aposta nos fundos pós-fixados e os papéis das chamadas blue chips, porque embora tenham rentabilidade menor, são mais confiáveis.

– Em relação aos fundos, atenção apenas ao tempo de permanência e a taxa cobrada pelos bancos – destaca.

Fonte: Jornal do Brasil

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