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Ações de empresas estatais fazem Bolsa recua mais de 1%; dólar sobe e vai a R$ 3,20
20/07/2015

20 de Julho de 2015 10h14
Ana Paula Ribeiro

Incerteza política pressiona ativos; Petrobras tem queda de mais de 3%.

O cenário político continua a ser um fator predominante nos mercados financeiros no Brasil, e a tensão entre Executivo e Legislativo pressiona a cotação do dólar comercial, que opera em alta nesta segunda-feira, e faz com que as ações de empresas estatais tenham forte queda. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o índice de referência registra queda de 1,12%, aos 51.754 pontos, 15h18. Já a moeda americana era cotada a R$ 3,198 na compra e a R$ 3,200 na venda, leve alta de 0,18% ante o real, após ter atingido a máxima de R$ 3,225.

na Bovespa, as ações da Petrobras operam em queda acentuada. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal registram recuo de 3,85%, cotados a R$ 10,96. Os ordinários recuam 4,12%, a R$ 12,10. Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, lembra que o pregão foi de vencimentos de opções, o que adiciona volatilidade nos papéis de maior liquidez.

— Mas o ambiente não está bom. Além da questão política e da situação se resolvendo na Grécia, as expectativas econômicas continuam ruins, como mostrou o boletim Focus — disse.

Os bancos, que possuem o maior peso na composição do Ibovespa, também operam em queda. As ações do Itaú e do Bradesco registram recuo de, respectivamente, 0,73% e 1,67%. Já os papéis do Banco do Brasil têm queda de 1,76%.

Também tem forte queda as ações da Eletrobras. Reportagem do jornal “Valor” mostra que o escritório de advocacia americano Rosen Law Firm está preparando uma ação contra a estatal. As preferenciais registram queda de 1,86% e os as ordinárias recuam 2,23%.

— O mercado está olhando mais questões internas. Os indicadores estão muito fracos e ainda há a perspectiva de rebaixamento da nota de crédito (rating) por parte da Moody’s — disse Ricardo Zeno, sócio da AZ Investimentos, justificando a maior pressão sobre as empresas de estatais.

No caso da Gol, a queda é de 5,73%, uma das maiores do índice. Segundo analistas, os investidores aproveitaram a notícia de que a TAM vai reduzir as operações no mercado local devido ao cenário de recessão para iniciar um movimento de venda nas ações da Gol, que subiram forte na semana passada. Os recibos de ações (ADRs) da Latam negociados em Nova York operam com desvalorização de 1,43%. A alta do dólar é outro fator que afeta o resultado das companhias aéreas.

No mercado acionário externos, os principais indicadores operam em alta. Nos Estados Unidos, Dow Jones tem alta de 0,16% e o S&P 500 registra leve avanço de 0,18%. O DAX, de Frankfurt, subiu 0,53% nesta segunda-feira e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve valorização de 0,35%. Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,20%.

DÓLAR ROMPE FAIXA DOS R$ 3,20

A moeda americana vinha sendo negociada na faixa entre R$ 3,10 e R$ 3,20. Subindo quando caía abaixo desse piso e recuando quando batia nos R$ 3,20. No entanto, com os dados fracos da economia, possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos e o acirramento da tensão política no Brasil, a divisa dá sinais de que pode buscar um novo patamar, mesmo que a alta não seja acentuada.

Segundo analistas, é forte a preocupação de que a queda de braço entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), possa dificultar ainda mais a aprovação das medidas de ajuste fiscal. Além disso, é esperado que o Congresso Nacional passe a aprovar ainda mais medidas contrárias ao governo Dilma Rousseff. “O pacote de retaliações ao governo deve se estender à CPI da Petrobras, sob controle de um deputado da tropa de choque de Cunha. Nesse cenário de extrema gravidade não há como pretender calmaria nos mercados locais para os próximos dias e semanas. A pressão sobre o dólar deverá ter continuidade em detrimento ao mercado acionário”, afirmou, em relatório, o analista Ricardo Gomes da Silva, da Correparti Corretora de Câmbio.

No mercado externo, o “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que leva em conta o comportamento do dólar ante uma cesta de dez moedas, está praticamente estável, com leve variação positiva de 0,04%. Os investidores também estão de olho na retomada do mercado bancário na Grécia e nos indicadores de atividade dos Estados Unidos e China que devem ser divulgados ao longo da semana.

— A agenda lá fora está relativamente esvaziada e adicionalmente a Grécia volta a viver um período de normalidade bancária e a China vem com o terceiro pregão de alta diante das ações do governo para conter o pânico no mercado acionário — avaliou Marco Aurélio Barbosa, estrategista da CM Capital Markets.

Fonte: O Globo

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