Desvalorizações da Vale e Petrobras puxam queda do Ibovespa
30/07/2012
30 de Julho de 2012 13h59
Alexandre Melo
A ausência de indicadores importantes e a espera dos investidores internacionais por medidas de estímulo do Banco Central Europeu (BCE) à economia fizeram com que o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, operasse na maior parte da primeira etapa do pregão na tendência de queda, verificada no início das negociações de hoje. As desvalorizações das ações preferenciais da Vale (VALE5; -1,41%, a R$ 36,28) e Petrobras (PETR4; -1,48%, a R$ 19,87) influenciam a queda de 0,51%, aos 56.282 pontos, do índice brasileiro, que registrava volume financeiro de R$ 2,427 bilhões, há pouco. No mercado futuro, os contratos com vencimento em agosto caiam 1,13%, aos 56.490 pontos. "O mercado atua próximo da estabilidade, ainda no embalo dos rumores de sexta-feira, que indicam um pacote econômico do BCE para ajudar a Espanha e a Itália, principalmente. A queda do Ibovespa reflete uma realização de lucros pelos investidores", pontua Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos. O encontro que a autoridade monetária da eurozona realizará na quinta-feira será decisivo para dar rumo à economia do continente e aliviar a pressão sobre os índices internacionais. Zeno destaca a possibilidade do Ibovespa encerrar a segunda-feira com ganhos, por ser o penúltimo dia útil do mês. André Paes, diretor de produtos e estratégia da Infinity Asset, lembra que o principal índice da BM&FBovespa opera com ganhos de 4% em julho, devendo manter a tendência de valorização. Ele pondera, entretanto, que as ações da Vale seguem penalizadas pelo resultado financeiro do segundo trimestre, tanto que registra desvalorização de 6% no mês, considerando o fechamento de junho a R$ 39,16. Os papéis da Petrobras, por outro lado, seguem com ganhos de 10,52% neste mês, tendo como referência o fechamento de junho a R$ 18,25. Para sócio-diretor da AZ Investimentos, os indicadores de confiança do consumidor divulgado na eurozona e produção industrial no Japão, mesmo sendo negativos não estão influenciando os índices mundiais. Na Europa, o índice recuou para -21,5 pontos em julho em relação aos 19,8 pontos apresentados em junho. E no Japão, a atividade da indústria caiu 2% em junho na comparação com o mesmo mês de 2011. Ante maio deste ano, o indicador mostrou queda de 0,1%, em termos sazonalmente ajustados. Os analistas pontuam que nesta semana, além da reunião do BCE, outro fator determinante para a decisão de compra e venda de papéis pelos investidores será as declarações de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla), na quarta-feira, a respeito da decisão sobre a política monetária do país. Há pouco, os maiores volumes negociados na BM&FBovespa eram das ações preferenciais da Petrobras, movimentando R$ 223,535 milhões; seguidas pelas da Vale, com R$ 193,589 milhões; Itaú Unibanco (ITUB4; 1,17%, a R$ 32,78), girando R$ 132,971 milhões; OGX Petróleo (OGXP3; -0,69%, a R$ 5,71), com R$ 93,846 milhões; e BRF Brasil Foods (BRFS3; -0,48%, a R$ 28,61), com R$ 84,862 milhões. Mercado internacional Nos Estados Unidos, os índices também operam em queda. Há pouco, o Dow Jones caía 0,17%, aos 13.054,01 pontos; o S&P 500 retraía 0,25%, aos 1.382,46 pontos; e o Nasdaq Composto tinha queda de 0,51 %, aos 2.942,83 pontos. Na contramão dos demais mercados, as bolsas europeias encerraram o dia com valorizações. O índice FTSE-100, principal da bolsa de Londres, fechou com alta de 1,18%, aos 5.693,63 pontos; o CAC-40, de Paris, registrou alta de 1,24%, aos 3.320,71 pontos, o DAX-30, de Frankfurt, encerrou com alta de 1,27%, aos 6.774,1 pontos; o Ibex-35, de Madri, subiu 2,78%, aos 6.801,80 pontos e o SMI, da Suíça, apresentou avanço de 0,62%, aos 6.402,38 pontos. Petróleo Os contratos futuros do petróleo operam em alta. Em Nova York, o WTI para setembro tinha queda de 0,51%, a US$ 89,68 o barril. Em Londres, o Brent para setembro caía 0,41%, a US$ 106,03 o barril. Câmbio O dólar comercial operava com alta de 0,64%, cotado a R$ 2,0370 para venda. No mercado futuro, há pouco, o contrato da moeda norte-americana com vencimento para agosto valorizava 0,69%, a R$ 2.036,500. Juros Os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) operam com retração. Com maior liquidez, o contrato para janeiro de 2014 registrava queda, passando de 7,86% para 7,83%, com giro de R$ 8,226 bilhões, seguido pelo contrato para janeiro de 2015, que também retraía de 8,41% para 8,38%, com giro de R$ 2,284 bilhões.
Fonte: Agência Leia
voltar |