Investidor está otimista c/ação unificada contra crise europeia
06/06/2012
06 de Junho de 2012 13h53
Ana Rita Cunha
A sinalização dos líderes europeus para uma ação unificada de combate à crise na
zona do euro anima investidores. Para o sócio da AZ Investimentos, Ricardo Zeno,
as declarações pessimistas do primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, ontem,
criaram uma pressão que deve levar os países da União Europeia a se aproximarem
de um acordo sobre medidas contra a recessão na região. "Enquanto não houver declarações
contrariando essa expectativa, as bolsas internacionais devem continuar subindo
e a brasileira acompanhará esse movimento", explica o analista
O Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, há pouco, tinha alta de
2,83%, a 53.966 pontos. O giro financeiro era de R$ 2,899 bilhões. O índice
futuro, com vencimento em junho, subia 2,85%, a 53.955 pontos. Para o economista
da Gradual, André Perfeito, a alta em parte reflete o otimismo com as
notícias da Europa, mas também é uma recuperação ante a queda de 1,75% do
Ibovespa no pregão de ontem. "O indicador está se recuperando e esse
movimento deve continuar até o fim da semana", aponta.
Hoje, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que
os riscos de o crescimento econômico da zona do euro ficar abaixo do esperado
aumentaram e que a instituição continuará oferecendo liquidez ilimitada em
algumas de suas operações de refinanciamento.
Para Zeno, as declarações de Draghi são uma resposta ao pedido de ajuda
da Espanha. Ontem, Rajoy, enviou uma mensagem para a Europa, quando participou
de uma sessão do Senado, afirmando que o continente tem que ajudar "aqueles
que têm dificuldades" apostando nos eurobonds e na integração fiscal da zona
do euro.
Draghi, no entanto, também criticou alguns países que baseiam os seus
processos de consolidação fiscal essencialmente em aumentos de impostos,
dizendo que eles precisam cortar gastos e realizar reformas estruturais que
promovam o crescimento econômico.
Perfeito também destaca que a reunião dos ministros de Finanças e
presidentes de bancos centrais do G-7 (grupo composto por Estados Unidos,
Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) não teve medidas
concretas, mas reforçou o suporte dessas economias ao "progresso em torno da
união fiscal e financeira da Europa".
Entre os destaques para a segunda etapa do pregão da BM&fBovespa, os
analistas destacam a divulgação do livro Bege, relatório que mede as
condições econômicas do país, publicado periodicamente pelo Federal Reserve
e utilizado pelos membros da instituição na reunião de política monetária.
"Há pouco espaço para que sejam divulgados grandes alterações na política
econômica do país, mas os investidores estarão atentos para avaliar se apesar
dos últimos dados ruins alteraram a evolução do crescimento econômico",
argumenta Perfeito.
Mercado internacional
Nos Estados Unidos, o Dow Jones subia 1,76%, a 12.340,92 pontos, o Nasdaq
Composto avançava 2,11%, a 2.836,86 pontos, e o S&P500 acelerava 1,83%, a
1.309,14 pontos.
Na Europa; o CAC-40, de Paris, registrou alta de 2,42%, a 3.058,40 pontos, e
o DAX-30, de Frankfurt, subiu 2,09%, a 6094,0 pontos. O índice FTSE-100,
principal da bolsa de Londres, avançou 2,43%, a 5.387,98 pontos.
Petróleo
Os contratos futuros do petróleo em Londres operavam em alta. Há pouco, o
Brent para julho ganhava 2,33%, a US$ 101,08 o barril. Em Nova York, o WTI para
o mesmo mês subia 1,89%, a US$ 85,89 o barril.
Câmbio
O dólar comercial operava com leve alta de 0,04%, a R$ 2,0180. O contrato
futuro da moeda norte-americana, com vencimento em julho, recuava 0,44%, a
R$ 2.026,000.
Juros
Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com mais liquidez operavam em
queda nesta primeira etapa. A maior movimentação financeira era a do título
com vencimento para janeiro de 2014, recuava de 8,31% para 8,23% e tinha giro
financeiro de R$ 32,481 bilhões.
Fonte: Agência Leia
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