Redução da taxa Selic sustenta alta das ações hoje
01/09/2011
01 de Setembro de 2011 13h49
Fabiana Lopes
A alta do Ibovespa hoje está totalmente sustentada no mercado doméstico por conta da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que reduziu a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12% ao ano. Há pouco, o índice subia 3,04%, para 58.214 pontos, enquanto o índice futuro, valorizava 3,01%, a 58.780 pontos. "Acho que o mercado se surpreendeu e vem trabalhando em cima disso, já que o governo sinalizou que vai combater a inflação por meio da redução de gastos públicos. Ou seja, começa um ciclo de afrouxamento monetário, o que favorece o consumo interno e mantém a economia interna", explica o sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno. Ele acredita que o mercado deve ficar numa tendência positiva, aguardando pela divulgação da ata da reunião de ontem para, de fato, entender qual foi o motivo da redução da taxa, já que a decisão não foi unânime. Do total, a redução de 0,50 p.p. recebeu cinco votos e a manutenção em 12,5% recebeu dois votos. A ata será divulgada na próxima quinta-feira, às 8h30. Para o gestor de renda variável da Vetorial Asset Managagement, Fernando Belaciano, o mercado está reagindo muito bem à decisão e pode ser que o capital comece a voltar para o mercado de ações. "Agora é um momento dos investidores comprarem papéis domésticos e venderem ações internacionais, pois a crise lá fora prossegue", disse Belaciano. Há pouco, mesmo com indicadores em linha e positivos nos Estados Unidos, divulgados nessa manhã, os principais índices norte-americanos ainda não tinham força para sair de uma tendência próxima da estabilidade. O movimento lá fora, mostra, portanto, que no Brasil, hoje é o cenário econômico doméstico quem direciona o movimento da bolsa. Zeno destaca que nos Estados Unidos, o índice ISM que mede a atividade do segmento industrial no país surpreendeu positivamente, porque caiu para 50,6 pontos em agosto, quando o mercado esperava uma leitura de 48,5 pontos em agosto. Entre os indicadores nacionais, hoje cedo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Indice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou para 0,40% em agosto, 0,09 ponto porcentual (p.p) acima da taxa registrada na última divulgação, quando a inflação foi de 0,31%. Entre as maiores altas, há pouco, estavam as ordinárias da B2W (BTOW3; 8,97%, a R$ 17,49), da BM&FBOVESPA (BVMF3; 8,78%, a R$ 10,15), as ordinárias da MRV (MRVE3; 7,98%, a R$ 14,47) e as ordinárias da Gafisa (GFSA3; 7,79%, a R$ 8,02). Mercados Internacionais Nos Estados Unidos, o Nasdaq 100 subia 0,09%, a 2.581,80 pontos, enquanto o Dow Jones registrava alta de 0,02%, a 11.615,73 pontos, e o S&P 500 valorizava 0,02%, a 1.219,21 pontos. Refletindo o bom resultado do ISM dos Estados Unidos, que mede a atividade do segmento industrial no país, o FTSE-100, da bolsa de Londres, fechou com avanço de 0,45%, a 5.418,65 pontos, o CAC-40, de Paris, subiu 0,28%, a 3.265,83 pontos; o Ibex-35, da bolsa de Madri, registrou valorização de 0,49%, a 8.761,10 pontos. Também em alta encerraram o SMI-20, de Zurique, que apresentou leve expansão de 0,05%, a 5.531,54 pontos; e o FTSE MIB, da bolsa de Milão, que teve apreciação de 0,69%, a 15.670,80 pontos. No sentido oposto, o DAX-30, de Frankfurt, fechou com perdas de 0,94%, a 5.730,63 pontos. Petróleo Os contratos futuros do petróleo em Nova York operavam no campo positivo na primeira etapa. Há pouco, o WTI com vencimento em outubro subia 1,12%, a US$ 89,81 o barril. Em Londres, o Brent para o mesmo mês aumentava 0,22%, a US$ 115,11 o barril. Dólar Há pouco, o dólar comercial operava em alta de 0,50% a R$ 1,6010. O contrato futuro para outubro, também subia 0,71% a R$ 1.609,500. Juros A maioria dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mais líquidos operava em forte queda no pregão de hoje. Há pouco, o DI para outubro de 2011 era o que movimentava o maior volume financeiro, caindo de 12,290% para 11,896%, com giro de R$ 145,011 bilhões. O contrato para janeiro de 2012, recuava de 11,950% para 11,430%, e tinha o segundo maior volume movimentado, com giro de R$ 111,744 bilhões, seguido pelo contrato para julho de 2012, que caía de 11,340% para 10,830% e movimentava R$ 32,001 bilhões. Ainda na ponta curta, movimentava R$ 28,323 bilhões o contrato para janeiro de 2013, passando de 11,120%, para 10,610%. O contrato de abril de 2012 também tinha um bom volume, com giro de R$ 4,777 bilhões, caindo de 11,57% para 11,040%. Na ponta longa, o contrato para janeiro de 2015 recuava de 11,340% para 11,150% (R$ 5,637 bilhões), seguido do contrato para janeiro de 2017, que também caía de 11,380% para 11,250% (R$ 3,517 bilhões).
Fonte: Agência Leia
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