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Volátil, Ibovespa busca retomada no dia; bancos e frigoríficos caem
03/06/2011

03 de Junho de 2011 10h16
Beatriz Cutait

A bolsa brasileira apresenta volatilidade na jornada desta quinta-feira. Mais uma vez, números piores que o previsto da economia americana deixam os agentes inseguros e menos dispostos a assumir riscos, mas a baixa de ontem também abre espaço para a compra de "pechinchas".

Por volta das 13h10, o Ibovespa subia 0,19%, aos 63.531 pontos, com giro financeiro de R$ 2,4 bilhões. Apesar da volatilidade diária, o índice tem uma margem de variação pequena, ao operar entre 63.277 e 63.778 pontos.

Em Wall Street, as bolsas ensaiaram uma recuperação após caírem mais de 2% ontem, mas voltaram a cair. Há pouco, o índice Dow Jones tinha desvalorização de 0,62%, enquanto o S&P 500 caía 0,43% e o Nasdaq recuava 0,15%.

A recuperação mais lenta que o esperado da economia americana não sai do foco do mercado. Hoje, o Departamento do Trabalho revelou que os novos pedidos de seguro-desemprego somaram 422 mil na semana fechada em 28 de maio, queda de 6 mil em relação à leitura de uma semana antes (428 mil, revista). Apesar do recuo, o mercado projetava um número melhor para o período.

Já os novos pedidos de bens manufaturados nos Estados Unidos diminuíram acima do previsto em abril, ao mostrarem baixa de 1,2%, invertendo a direção tomada um mês antes, de avanço de 3,8%. Excluindo transportes, as encomendas tiveram queda de 0,2%.

Os estoques de petróleo cru dos Estados Unidos, por sua vez, tiveram incremento de 2,9 milhões de barris na semana passada, em relação à anterior, para 373,8 milhões de barris. As reservas de gasolina aumentaram em 2,6 milhões de barris, para 212,2 milhões de barris.

Na cena europeia, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que a União Europeia (UE) pode adotar um controle mais rígido sobre os gastos dos governos nacionais para fortalecer a união dos países do euro contra crises futuras causadas pelo alto endividamento.

Trichet propôs que os representantes da UE possam tomar decisões de gastos para países com problemas financeiros que já receberam socorro e falharam em fazer progresso na redução de seus déficits.

O sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno, ressalta que a bolsa brasileira seguem sem força consistente para uma retomada.

"O mercado está vivendo um momento de bastante volatilidade, não consegue ter um movimento sustentável de correção um pouco mais prolongada, o que chama uma realização de lucros. O investidor está tentando enxergar um cenário mais promissor, mas a economia americana ainda não está dando sinal de recuperação", pontua.

Dentro do Ibovespa, a maior parte das ações segue em alta, inclusive os papéis do Pão de Açúcar, que caíram nos últimos três dias.
Matéria do Valor mostrou hoje que o empresário Abilio Diniz e o grupo francês Casino, ambos sócios da holding controladora do grupo Pão de Açúcar, adotaram - pelo menos, publicamente - um tom mais conciliador ontem, depois de noticiado que as empresas terão que resolver eventuais conflitos acionários na Câmara de Comércio Internacional (CCI), de Paris.

Desde segunda-feira, quando o Casino entrou com requerimento de processo arbitral contra a família Diniz, o valor de mercado do grupo Pão de Açúcar (que não é alvo desse processo) encolheu em R$ 1,2 bilhão. "Há tensões, mas não há guerra", disse ontem ao Valor uma fonte próxima ao caso.

Há instantes, Pão de Açúcar PN avançava 2,55%, a R$ 63,89. As maiores altas do Ibovespa ainda partiam de Brasil Ecodiesel ON (2,98%, a R$ 0,69), Cosan ON (2,85%, a R$ 23,79) e LLX ON (2,62%, a R$ 4,69).

Além disso, OGX Petróleo ON subia 1,12%, a R$ 15,29, enquanto Vale PNA cedia 0,33%, a R$ 44,33, e Petrobras PN caía 0,95%, a R$ 23,77.

Outros papéis ligados a commodities estão entre os destaques de baixa, como Gerdau Metalúrgica PN (-1,23%, a R$ 20,84) e CSN ON (-0,92%, a R$ 21,40).

O setor financeiro ainda pesa sobre o Ibovespa, diante da baixa de papéis de bancos no exterior. Há instantes, Banco do Brasil ON recuava 1,34%, a R$ 27,24, Bradesco PN cedia 1,31%, a R$ 30,09, e Itaú Unibanco PN tinha queda de 1,12%, a R$ 35,02.

A agência MoodyŽs colocou a nota da dívida subordinada sênior, da dívida sênior e de depósito do Bank of America, Citigroup e Wells Fargo, bem como de suas subsidiárias, em revisão para possível rebaixamento.

E as ações de exportadores de carne continuam entre as principais quedas do Ibovespa, com o mercado repercutindo a decisão da Rússia de proibir a entrada de carnes brasileiras originárias do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.
No total, 85 frigoríficos desses Estados, o que inclui unidades da Marfrig, da JBS e da Brasil Foods, estão proibidos temporariamente de entrar no mercado russo com sua produção de carnes de gado, suína e de frango, conforme o Valor apurou.

Minutos atrás, Marfrig ON recuava 1,07%, a R$ 13,75, enquanto Brasil Foods ON cedia 2,81%, a R$ 28,28.

Fonte: Valor

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