News - Briefing de Mercado

Governança corporativa ajuda desempenho de ações
04/04/2011

31 de Março de 2011 10h46
Natália Flach

Em momentos em que a bolsa brasileira começa a andar de lado e os humores externos mudam diariamente, os papéis das empresas que seguem à risca a cartilha de governança corporativa passam a se destacar. Ontem, o Índice de Ações comGovernança Corporativa Diferenciada (IGC) — que reúne as companhias que integram o Novo Mercado ou estão classificadas nos níveis 1 ou 2 da Bovespa— encerrou o dia com valorização de 1,13%, ante uma alta de 0,86% do Ibovespa.

A tendência de descolamento entre os dois índices tem se mantido desde a criação do IGC, em julho de 2001. De lá para cá, as ações negociadas pelo índice de governança corporativa apresentaram altas maiores e quedas menores do que as do Ibovespa. “Isso tem reflexos na valorização dos papéis”, aponta Leonardo Sandes, sócio do escritório Moura Tavares, Figueiredo, Moreira e Campos Advogados. “As empresas que seguem os princípios de governança corporativa sofrem menos com as mudanças na economia, por adotarem práticas transparentes”, acrescenta.

Segundo Ricardo Zeno, sócio- diretor da AZ Investimentos, investidores estrangeiros se sentem mais seguros em apostar em companhias que se enquadram no IGC. “O prêmio de risco é mais alto por causa dos níveis de transparência das empresas, no entanto, as vantagens são grandes para os investidores.” É por isso que, muitas vezes, as empresas estreantes na bolsa se enquadram nos preceitos da boa governança corporativa antes de fazerem a sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). Famílias controladoras também têm incorporado, em sua gestão, características, como transparência, equidade e prestação de contas, antes de promoverem uma transição para o mercado.

Adriane de Almeida, coordenadora do centro de conhecimento do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), diz ainda que o clima de segurança aumenta o valor das companhias. “Bancos e investidores têm exigido isso das empresas, que podem ganhar, inclusive, com a redução do custo das dívidas.”

Outros índices

Segundo estudo feito pela Economatica, a pedido do BRASIL ECONÔMICO, o índice que mais se destacou, entre 31 de dezembro de 2009 e o mesmo dia de 2010, foi IGBVL, do Peru. Para esta classificação, foram analisados 29 índices de oito países, entre eles, Nasdaq, Dow Jones e Ipsa, do Chile.Oíndice brasileiromelhor colocado no ranking foi o Índice de Consumo; já o IGC aparece em oitavo lugar, ficando atrás do Índice de Small Caps.
 
Na classificação que vai do dia 31 de janeiro de 2010 a 29 de março, o primeiro colocado foi o Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL). O IGC aparece em 18º lugar, depois do Ibovespa.

Fonte: Brasil Econômico

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