News - Briefing de Mercado

Ações não refletiram expansão econômica
07/01/2011

07 de Janeiro de 2011 12h17

O céu de brigadeiro que se viu na economia brasileira no último ano não se estendeu sobre o mercado acionário. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) está previsto para crescer 7,5% em 2010 — o resultado final só deve ser divulgado em março —, a Bolsa de Valores ficou praticamente no zero a zero, com uma alta inexpressiva de 1%. Com este resultado, a renda variável se configurou como uma das piores aplicações do período, perdendo até para a caderneta de poupança que acumulou valorização de 6,9%. Uma série de variáveis atrapalhou o desempenho da bolsa no ano passado. Entre deles o conturbado cenário externo, com destaque para a crise fiscal na zona do euro, aperto monetário na China e a patinante economia americana. Além disso, as ações da Petrobras — que têm grande peso no Ibovespa — sofreram bastante. Os papéis preferenciais da estatal (PETR3) caíram 22,96% e os ordinários (PETR4), 24,32%. “A Petrobras pesou muito”, diz Manuel Lois, diretor da Spinelli Corretora. O executivo atribui o desempenho ruim também ao movimento dos investidores estrangeiros. “Um pouco afetado pela entrada e saída deles”. Em 2010, os investidores nãoresidentes representaram cerca de 30%do volume total negociado na BM&FBovespa, com saldo negativo de R$ 547 milhões, resultado de R$ 40,7 bilhões em compras e R$ 41,3 bilhões em vendas. “A crise na Europa deixou o estrangeiro preocupado”, afirma o diretor da Spinelli.
 
Começo difícil
 
Ao final de 2009, quando o Ibovespa registrou alta de 82,6%, a projeção dos analistas apontava para crescimento no ano seguinte. Porém, depois de iniciar a jornada acima dos 70 mil pontos, o mercado acionário brasileiro sucumbiu às incertezas causadas pela crise grega que, mais tarde, se alastrou para outros países da zona do euro; e a BM&FBovespa, assim como outras bolsas emergentes, passou a viver uma intensa instabilidade, chegando a bater a mínima de 58.190 pontos em20 demaio e, a máxima de 72.995 pontos, em 4 de novembro. Pedro Galdi, estrategistachefe da SLW Corretora, lembra que o ano passado tinha tudo para ser de continuidade, com os relatórios macroeconômicos mostrando que o Brasil estava em um ciclo de crescimento, o que atrairia ainda mais capital estrangeiro. No entanto, com a crise na Grécia se agravando, as incertezas também cresceram. “Tivemos uma fuga de investimentos”. “Os mercados emergentes são bastante dependentes do mercado externo e acabam sofrendo os impactos negativos”, complementa Ricardo Zeno, sócio da AZ Investimentos.
 
Olhar no futuro
 
Como o mercado acionário sempre se antecipa aos acontecimentos econômicos, o Ibovespa também acabou contaminado, no ano passado, pelas expectativas de retração econômica mundial e sinalizações de aperto monetário na China e no Brasil. “O mercado se antecipa em pelo menos seis meses”, diz Manuel Lois, da Spinelli. No cenário doméstico, as incertezas se concentraram no novo governo, na perspectiva de um amplo programa fiscal comcorte de gastos e na possibilidade de um aumento na taxa de juros logo no primeiro trimestre. No quadro internacional, o aumento nos juros chineses foi vislumbrado como propulsor da desaceleração mundial, visto que o país é considerado a locomotiva global. O governo chinês subiu os juros em 0,25 ponto percentual na taxa básica, para 5,81%. O Banco Central chinês promoveu seis aumentos no compulsório só no ano passado. A tendência para este ano também não é muito animadora. Espera-se que a China continue cautelosa com sua economia, a Europa ainda segue com problemas e os Estados Unido apresente uma evolução lenta. “No mundo, não há motivos para muitas alegrias”, afirma Lois. ■ P.D.

Fonte: Brasil Econômico

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