News - Briefing de Mercado

Livro Bege ditará tendência de bolsas mundiais
09/09/2009

09 de Setembro de 2009 13h33
Bruno Azevedo

São Paulo, 9 de setembro de 2009 - Durante boa parte desta primeira etapa dos negócios, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, operou próximo da estabilidade, oscilando entre os terrenos positivo e negativo. Há instantes, o Ibovespa subia 0,23%, aos 57.989 pontos. O mercado segue em compasso de espera pela divulgação do relatório de economia do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Livro Bege, que acontece às 15h. Segundo analistas entrevistados, o mercado espera que o Fed confirme a série de boas expectativas econômicas que o mercado incorporou recentemente, respondendo pelas altas das bolsas mundiais.
 
Para Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos, o mercado estará bastante atento ao conteúdo do Livro Bege. Para ele, o teor do conteúdo ditará orumo dos negócios, ainda que ele não aposte em grande alta ou em grande baixa para esta quarta-feira.
 
"Mais do que falarmos em volatilidade, o Ibovespa operou nesta primeira parte dos negócios próximo da estabilidade. Agora, será a hora de observar as entrelinhas do Livro Bege. Caso elas apenas confirmem todas as expectativas que já foram incorporadas ao preço das ações, poderá haver uma realização de lucros", diz Zeno, que projeta para hoje um volume negociado de R$ 5 bilhões.
 
Percepção semelhante tem Jayme Alves, analista de investimento da Spinelli Corretora. Para eles, a tendência de fechamento só deverá se definir após a divulgação do Livro Bege, nesta quarta-feira fraca de indicadores econômicos de relevância.
 
"O Ibovespa voltou para o patamar dos 58 mil pontos e é preciso ter fatos positivos que sustentem essa posição para que ele rompa o teto anterior, de 58.400 pontos", afirma. Segundo ele, parte da instabilidade da manhã se deve também ao comportamento não uniforme das bolsas européias e asiáticas.
 
Nos Estados Unidos, os pedidos semanais de hipotecas nos Estados Unidos aumentaram na semana encerrada no dia 4 de setembro. O índice da Associação dos Bancos Hipotecários (MBA) subiu 17%, na comparação com a semana anterior, em bases ajustadas sazonalmente. Em bases não-ajustadas, o índice avançou 15,8% na comparação com a semana anterior e aumentou 64,5% na comparação com a mesma semana do ano passado, informou a MBA em comunicado.
 
Ainda entre os indicadores estrangeiros divulgados nesta quarta-feira, o índice dos indicadores antecedentes do Japão (Leading Economic Index, em inglês), uma medida das expectativas para o desempenho da economia japonesa paraos próximos meses, subiu para 83 pontos em julho, ante 80,9 pontos em junho (número revisado), quinto mês consecutivo de alta. Já o índice de indicadores coincidentes (Coincident Index, em inglês), que mede as condições econômicas atuais, subiu para 89,6 pontos em julho, ante 88,6 pontos em junho.
 
No Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o faturamento da indústria em julho caiu 9,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. É a nona retração consecutiva nessa base de comparação. Em relação a junho, com ajuste sazonal, o faturamento cresceu 0,4%. Este é o terceiro crescimento seguido nesta base de comparação. E o quinto crescimento do indicador entre os sete meses do ano. No ano, até julho, o faturamento real caiu 8,2% em comparação com o mesmo período de 2008.
 
Em relação ao emprego, a indústria registrou queda de 5% em julho deste ano em relação ao mesmo mês de 2008, na maior retração nessa base de comparação desde o início da série, em janeiro de 2003. Na comparação mensal, o emprego industrial se manteve estável ante junho, com ajuste sazonal, interrompendo uma trajetória de oito quedas seguidas. Sem ajuste, o emprego registrou uma pequena retração, de 0,2%. No acumulado do ano, o indicador registra queda de 3,1%. Já amassa salarial cai 1,3% em relação a julho de 2008 e avança 3,7% ante junho (dado sem ajuste). No ano, a queda é de 1,6%.
 
A utilização da capacidade instalada (com ajuste sazonal) brasileira atingiu79,9% em julho, ante 79,4% em junho e 83,2% em julho do ano passado. Sem ajuste, a capacidade utilizada ficou em 80,5%, ante 79,7% em junho e 83,8% em julho de 2008.
 
No noticiário corporativo, a China é destaque. Segundo o jornal "Financial Times", a China National Petroleum Corporation (CNPC), um dos maiores produtores de petróleo e gás da China, recebeu US$ 30 bilhões do China Development Bank para impulsionar suas operações fora do país. A CNPC ainda estaria interessada na compra de 75% de participação da YPF, unidade argentina da Repsol. Em junho, a Sinopec comprou a canadense Addax Petroleum por US$ 7,2 bilhões.
 
Já o Koenigsegg Group, que recentemente adquiriu a Saab, anunciou hoje um acordo de entendimento (Memorandum of Understanding, MOU) com a Beijing Automotive Industry Holdings Corporation (BAIC) para explorar oportunidades no mercado chinês e internacional para os produtos da Saab e da BAIC. O Koenigsegg Group é um consórcio de investidores privados que inclui a Koenigsegg AutomotiveAB, fabricante de veículos especiais (supercars). A empresa tem representantes na África, Ásia, Europa, Oriente Médio, América do Norte e Oceania.
 
A Syneron Medical, companhia de equipamentos médicos de Israel, comprou a norte-americana Candela Corporation por US$ 65 milhões em ações. A negociação irá resultar na fusão das duas empresas e está prevista para ser concluída no final deste ano. O objetivo é criar uma companhia líder no segmento de equipamentos para medicina estética. A receita pro-forma anual da nova companhia totalizará mais de US$ 180 milhões.
 
No Brasil, o Grupo Swarth e a Global Village Telecom (Holland) BV, acionistas fundadores e controladores da GVT (Holding) S/A, assinaram um acordo com o grupo francês de mídia e comunicações Vivendi que permite à Vivendi lançaroferta pública "amigável" para a aquisição de 100% do capital da GVT ao preçode R$ 42 por ação, um total de R$ 5,4 bilhões ou 2 bilhões de euros. A oferta da Vivendi é condicionada à aquisição de, no mínimo, 51% do capital social da GVT. Com o acordo fechado com a Vivendi, a oferta pública secundária de 24 milhões de ações de emissão da GVT, anunciada em 19 de agosto, está cancelada. As ações ordinárias da GVT (GVTT3) disparam e sobem 17,2%, a R$ 42,50. O papel éo segundo mais negociado do dia na bolsa paulista, movimentando R$ 267,657 milhões.
 
A Tivit Terceirização de Processos, Serviços e Tecnologia informou ao mercado que a oferta pública secundária da companhia será de 38.304.446 ações, representativas de 43,04% de seu capital social. A Tivit informa ainda que poderá ser acrescido um lote suplementar de até 5.745.666 ações, o que equivale a até 15% da oferta inicial.
 
A Petrobras, por sua vez, informou ontem à noite que o teste de formação do poço 1-SPS-55 (1-BRSA-594) na Bacia de Santos (SP), conhecido como Guará, constatou "altíssima produtividade dos reservatórios com óleo do pré-sal". Segundo a empresa com os resultados dos testes, a "área de Guará deverá ser priorizada para o recebimento do sistema de produção ora em processo de licitação para o pré-sal da Bacia de Santos". Agora, a petrolífera estima em Guará um volume de óleo recuperável na faixa entre 1,1bilhão e 2 bilhões de barris de óleo leve e gás natural. A estimativa de produção inicial do poço é decerca de 50 mil barris por dia. O poço testado fica no bloco BM-S-9, explorado pela Petrobras (45%), BG Group (30%) e Repsol (25%). Na BM&FBOVESPA, a ação ON da Petrobras (PETR3) ganha 1,45%, a R$ 39,85, e o papel preferencial (PETR4), o mais negociado do dia, com giro de R$ 273,335 milhões, sobe 0,72%, a R$ 33,12.
 
Mercados internacionais
 
Os principais índices norte-americanos operavam em alta. O Dow Jones subia 0,8%, a 9.573,52 pontos, enquanto o S&P 500 avançava 0,95%, a 1.035,19 pontos. Já o Nasdaq Composto valorizava 1,31%, a 2.064,66 pontos.
 
Na Europa, os principais índices fecharam em alta. O FTSE-100, da Bolsa de Londres, subiu 1,15%, a 5.004,30 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX-30 ganhou 1,69%, a 5.574,26 pontos, enquanto o CAC-40, de Paris, fechou em alta de 1,28%, a 3.707,69 pontos. O Ibex-35, da Bolsa de Madri, teve ganhos de 0,84%, a 11.462 pontos. O índice SMI, de Zurique, fechou em alta de 0,12%, a 6.202,04 pontos.
 
Petróleo
 
Há pouco, o WTI com vencimento em outubro, negociado em Nova York, operava em alta de 1,82%, a US$ 72,40. Em Londres, o Brent para o mesmo mês tinha valorização de 1,88%, a US$ 70,73.

Câmbio

O dólar comercial operava em alta de 0,32%, cotado a R$ 1,8330. O dólar futuro, com vencimento em outubro, operava em alta de 0,13%, cotado a R$ 1.838,00.
 
Juros 
 
No mercado de juros futuros da BM&FBOVESPA, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010 operavam em queda, de 8,65% para 8,64%. Os contratos para outubro também registravam queda, passando de 8,63% para 8,62%.
 
O Indice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou inflação de 0,09% em agosto ante a variação negativa de 0,64% em julho. No ano, o índice acumula deflação de 1,59% e, nos 12meses encerrados em agosto, o índice caiu 0,53%. O IGP-DI de agosto foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 1 e 31 do mês de referência.
 
A FGV informou ainda que o Indice de Preços ao Consumidor Semanal - Capitais(IPC-S) acelerou em cinco das sete capitais pesquisadas na primeira
quadrissemana de setembro. A média nacional  para o IPC-S, informada ontem, foi de inflação de 0,56%. O resultado ficou 0,36 ponto percentual acima da apurada no fechado de agosto (0,20%) e 0,20 ponto superior ao da primeira quadrissemana de agosto (0,36%).
 
Já a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que a inflação medida pelo Indice de Preços ao Consumidor do município de São Paulo (IPC-SP) teve inflação de 0,47% na primeira quadrissemana de setembro. Na medição anterior, que mostrou o resultado fechado de agosto, o indicador teve alta de 0,48%. Já na primeira quadrissemana de agosto, o IPC-SP registrou inflação de 0,35%.

Fonte: Agência Leia

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