Federal
Reserve em destaque...
28/06/2006
Após um período
muito desfavorável no Mês
de Maio, em Junho o que se viu foi
uma forte deterioração
dos mercados, causada principalmente
por incertezas relacionadas à
política monetária nos
EUA. A performance de mercados emergentes
desde 2005 está relacionada
a um cenário de crescimento
mundial sólido e inflação
sob controle. Qualquer movimento oposto
a este cenário eleva os prêmios
de risco dos emergentes, afetando
negativamente os preços dos
ativos financeiros. (Hoje o Brasil
possui um risco país em 256
bps). Nos últimos 24 meses
tivemos vários episódios
exagerados deste tipo e que foram
contornados com fundamentos. Somente
em 2005 houve temores de desaceleração
econômica nos EUA e na China
e o impacto do furacão Katrina
nos preços de energia e, através
do medo de uma possível reação
dos Bancos Centrais, no crescimento
mundial.
Neste sentido, a
dinâmica de mercado que assistimos
em Maio, não foi muito diferente
em Junho, em termos de desvalorização
das bolsas e queda dos ativos financeiros.
Do nosso ponto de vista ainda é
pré-maturo se afirmar em uma
reversão do cenário
de crescimento global ainda sólido.
Do ponto de vista do ciclo econômico
americano, nos EUA estamos mais perto
de um ponto de inflexão, ou
seja, a economia já opera perto
da plena capacidade e está
respondendo à seqüência
de apertos monetários dos últimos
dois anos. O problema é que
este, é o momento mais difícil
para um banco central, pois enquanto
o crescimento desacelera, a inflação
ainda está em alta. O Federal
Reserve claramente aposta em uma desaceleração,
mas foi pego de surpresa, assim como
os mercados mundiais, pela alta da
inflação verificada
nos últimos meses. O resultado
foi um aumento nos prêmios de
risco refletindo maior incerteza.
Acreditamos que em breve os mercados
se acomodem, encontrando um ponto
de equilíbrio e que leve a
uma correção dos ativos
financeiros que foram demasiadamente
desvalorizados, levando em conta as
boas perspectivas dos indicadores
econômicos internos e no crescimento
mundial.
A redução
de 0,5% na reunião do Copom
de maio é um sinal de confiança
importante, pois reflete a manutenção
dos bons fundamentos e a estabilidade
das expectativas de inflação
para 2006 e 2007, mesmo em um cenário
internacional mais adverso.
No mês de Maio
a Bovespa experimentou uma saída
líquida de mais de R$1,5bilhão
em recursos estrangeiros e no acumulado
de Junho a bolsa já registra
uma saída liquida de R$ 2,3bilhão
o que acabou causando pressão
vendedora em alguns papéis
blue chips, como Itaú, Bradesco,
Petrobras, Telemar, Vale do Rio Doce.
Nossa estratégia
continua sendo de cautela, apesar
de entendermos que o valluation das
empresas se encontram mais atrativos,
a volatilidade deve continuar alta
ainda no curto prazo. O principal
evento da semana é a reunião
do Fomc nesta quinta-feira, dia 29
de Junho onde teremos uma definição
em relação à
taxa de juros americana que se encontra
em 5% a.a. Acreditamos que o Federal
Reserve manterá seu ``gradualismo``
de aumento em 0,25% elevando a taxa
atual para 5,25% a.a. Estamos concentrando
nossa carteira em empresas que têm
forte fundamento econômico e
que em um eventual pull back, são
as que devem ter seus preços
corrigidos mais rapidamente.
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