News - Briefing de Mercado

Investment Grade x Risco-Brasil.
15/08/2006

A corrida eleitoral começa a dar o tom do cenário doméstico político, com a agenda de divulgação de indicadores sem eventos relevantes, pesquisas realizadas em julho mostraram evolução de Alckmin e Heloísa Helena, mas redução na margem de votos ainda não evita a vitória de Lula no 1º turno. As campanhas eleitorais na TV começam hoje e o PSDB espera reviravolta com base no maior tempo de exposição a que tem direito. As pesquisas de intenção de votos do Ibope e do Instituto Vox Populi mostraram boa evolução do candidato tucano, assim como da representante do PSOL. O crescimento dos dois mostra a tendência de um 2º turno, mas, por enquanto, a margem de Lula ainda é suficiente para manter sua vitória no 1º turno.

O problema é que se Alckmin e Heloisa Helena continuarem subindo nas pesquisas, Lula terá que fazer campanha mais ativa para contornar a situação e se defender. A simples omissão pode não mais funcionar e, neste contexto, o presidente perderia sua grande vantagem que vem do favoritismo.

Após um período de desvalorização dos ativos financeiros desde meados do Mês de Maio, em Julho, os primeiros dias começam a mostrar uma ainda tímida volta do investidor estrangeiro, acumulando saldo positivo de fluxo externo em torno de USD 1Bilhão, causado principalmente por sinais de desaceleração da atividade econômica americana e o discurso de Bernanke no Congresso que está focado nos aspectos do desaquecimento da economia e portanto, o fim do ciclo de aperto monetário está próximo. Hoje foi divulgado o índice de inflação ao produtor (PPI) de julho, que registrou alta de 0,1%, contra expectativa de 0,4%. O núcleo do índice teve queda de 0,3%, quando as projeções eram de alta de 0,2%. Acreditamos na pausa de altas na taxa de juros americanos em 5,25%.

A redução de 50bps na 5º reunião do Copom no ano é um sinal de confiança importante, pois reflete a manutenção dos bons fundamentos e a estabilidade das expectativas de inflação para 2006 e 2007, mesmo em um cenário internacional mais adverso.

Apesar do Banco Central ter afirmado maior ``parcimônia`` na condução da política monetária brasileira, acreditamos em mais duas reduções consecutivas de 25bps da taxa selic até o final do ano, fechando assim em 14,25% a.a.

No mercado de câmbio, o Real continua se valorizando no período. Esperamos que o fluxo de recursos continue positivo, devido o risco-brasil em seu menor patamar histórico desde o inicio de sua existência, calculado pelo JP Morgan (hoje em 208 bps). Acreditamos que este fluxo seja absorvido pelas operações do Banco Central, mas nossa visão para o cambio, é que continue em queda no curto prazo. Uma surpresa bastante agradável foi que o Brasil ficou mais perto do sonhado investment grade, após ter subido mais um nível na escala de classificação de risco da agência Fitch Ratings neste primeiro semestre. Acreditamos que em um cenário sustentável, em 2007 isso se concretize em realidade.

No mercado de renda variável a volatilidade vem acompanhada das bolsas mundiais pelo terceiro mês consecutivo afetando a melhor performance do Índice Bovespa. A divulgação de balanços referentes ao 2º trimestre vem sendo positivos devido a efeitos das quedas dos juros, maior crescimento econômico e acompanhado do ganho na renda real da população.

O Ibovespa permanece longe da máxima de 42 mil pontos atingida em meados de Maio, quando o risco-brasil atingiu seu menos patamar de 210bps, hoje a 208bps e a 37 mil pontos, condicionado à continuidade do fluxo de investimentos estrangeiros, o mercado apresenta uma grande oportunidade para que visa um horizonte de médio-longo prazo.

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